domingo, 18 de setembro de 2011

Ela acordou, olhou para o lado e se deparou com as mesmas coisas de sempre. As mobílias de seu quarto, seu livro sob a cabeceira, juntamente com seu celular paralisado, sem chamadas, sem mensagens, sem créditos, apenas servindo como despertador. Ela sentia que algo estava fora do lugar, mas não sabia certamente o que. Ali dentro estava tudo certo, mas bastava abrir a janela para a confusão começar. Os carros cruzavam desordenados pelas ruas, vizinhos discutindo pelo volume da música, crianças agindo pelas esquinas como se fossem jovens. Caminhou entre os corredores de sua casa, até chegar a sala de música. Se colocou em frente ao piano e começou a tocar. Ali ela pode expressar tudo que sentia. Seus dedos deslizavam sobre as teclas silenciosamente, fazendo um tom suave. Momentos bons vieram em sua mente. Lembrara de quando criança, de sua inocência, os abraços dados, os carinhos recebidos. Passou horas ali, até que pudesse se sentir totalmente leve. Ela conseguia observar o mundo com outros olhos, mesmo sentindo falta de muitas coisas. A multidão, de fato, nunca lhe atraiu. Ela não fazia exatamente parte do mundo lá fora, onde o status predominava, do mundo que roubava a inocência, que partia corações. Só ela entendia seus motivos para se afastar desse meio. Pois ela procurava conteúdo, fórmulas, pessoas que as decifrasse, aconchego, princípios.. (Carol Silva

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