sábado, 3 de setembro de 2011

Meu amor..

Meu amor, é tão exaustivo… Minha mente está doendo, meu orgulho permanece ferido no chão, e meus olhos - tão cansados destas noites mal dormidas - estão fixos, escorrendo meu amor por ti em cima de nossa foto. Eu bem que tento, me afastar, esquecer… sumir de tua vida, mas ultimamente este jogo tem sido muito injusto comigo para falar a verdade. Ele tem se virado contra mim, me fazendo doer e eu não sei mais aonde colocar esta dor. É hora de dizer adeus não? Talvez. Me empresta tua mão? Quero colocá-la no meu peito para sentires meu coração pulsando e dizendo teu nome. Ou talvez somente queira teu toque macio em minha pele áspera, seca, sem vida, que anda refletindo tão bem minha alma. Eu achei que seríamos diferentes, que amor não nos faltaria, e mal sabia eu, que te amava sozinha, que entrava em uma relação de um jeito tão profundo, e ela era unilateral. Não pudestes te controlar certo? Afinal sou eu, não importa o mal que me faças eu continuo te ligando e desligando o telefone, batendo na tua porta e saindo correndo. Eu sinto que fomos infectados, negligenciados. Eu sinto que sou uma peça branca e tu uma preta, um rei, uma rainha, e o rei no final acaba por tirar a rainha do jogo. E tu no final acaba por me acabar. Engraçado amor como as tolas parecem te agradar, é tão mais fácil manipulá-las não? Comigo também foi, não por ser tola - o que realmente sou -, mas por ter caído aos teus pés quando sorristes para mim. Teus cabelos embaraçados, bagunçados, a cara de moleque, o jeito carinhoso de falar, de tocar. E teus olhos? Tão cheios e intensos… Ela te destruiu, eu sei. Não meu amor, não negue. Está bem visível até, pelo menos para qualquer louco que te observa rir e ao mesmo tempo chorar por dentro. Ah amor, que são estas marcas em teus braços fortes? Ah entendo, são tuas marcas que não foram suficientes em apenas serem emocionais, e viraram físicas. Ei amor, estou ficando maluca ou teu sorriso está levemente partido? É ela te destruiu, dá para notar. Então, vejo que meu velho amigo medo foi te prestar visitas… Desculpa, ele costuma ser folgado mesmo amor. Se instala assim no nosso ser e fica, vai ficando, até que toma conta de tudo. Ah, mas esse medo, não se contentou em ficar sozinho dentro de ti e levou o rancor, certo? Mas meu amor, eu nunca lhe fiz nada… além claro de te decifrar. Ultimamente tem algo que anda ocupando muito espaço nesta sala, está desconfortável e cansativo. Adivinhou? Teu ego. E não me agrada nada estas tuas tolas na tua volta aumentando ele. Espere mais um pouco, sempre surge alguém para te arrancar desta nuvem. Sempre existe um estraga-prazeres. Minha mente está doendo, sabia amor? É sei bem que já te disse isto, mas é que costumas me ignorar. Enfim, ela dói porque está sobrecarregada contigo, o jeito que teus lábios se movem e o que queres dizer com o que dizes. Fico tentando achar estas entrelinhas, quando és tão sucinto que chega me cortar fundo. Quando és tão cético, que pouco lhe importa meu amor. E minhas palavras. E ah, minhas lágrimas. Quanto desinteresse meu amor, quanto mágoa e tristeza este teu coração carrega! Ah, mas sabes, são as tuas cicatrizes que te atribuem tanta beleza aos meu olhos. São teus erros, tuas faltas de humor, que na mesma intensidade que me irritam, me matam de amores. São estas reviradas de olhos, estes teus silêncios e falta de palavras com significado. Afinal, o que seria de uma pessoa sem defeitos, e belezas exóticas, feitas somente para bons apreciadores do incomum? Os ventos andam tão frios aqui no Sul, mas devo dizer que os teus podem ser considerados mais fortes, arrasadores. Às vezes derrubas meu lar, com apenas um sopro, um desamor. Tenho tentado ficar na ponta dos pés, botar todos os pingos nos is, jogar fora o que é pipoca sem estourar - não sei ainda definir o por que te acho parecido com um piruá -, sorrir independente de ti. Mas ah amor! Tem sido tão difícil, tão exaustivo, e mesmo assim meus olhos se recusam a fechar e descansar. Irônico, pois se ao menos pudesse sonhar, poderia te aninhar em meus braços, te beijar até dizeres chega… Nós tínhamos tudo, mas o tudo pode se tornar nada em instantes, o que muitos gostam e me deixa feliz por gostarem, podem ser só mais algumas palavras contra o papel branco, não mais virgem dos toques de minha caneta preta. Palavras assim, escritas rapidamente, de um modo tão convicto e cheio que ultrapassa as linhas, marca as páginas mais do que com somente tinta e que ainda assim nada te significam, nada te comovem. Gostaria de poder ir para casa e te encontrar, deitado em minha cama, olhando, lendo minhas paredes, cadernos cheios de ti. Teus olhos maravilhados, chorosos, felizes e acolhedores como costumavam ser - sinto falta deles assim, meu amor -, me encarando, deixando à mostra toda a vontade de me cuidar, que eu tanto desejo que tenhas. Queres fazer uma caridade? Canta ao pé do meu ouvido até eu dormir? Não vai demorar muito, eu prometo. Afinal, tu estarias aqui, e o que poderia me machucar mais do que tua ausência? O que neste mundo, poderia me machucar mais do que tua indiferença? Porque eu noto quando tu notas que estou brava contigo, porque eu vejo muito além do que esperas que alguém, algum dia tenha coragem de olhar. Porque ah, sou eu meu amor, tu sabes bem como te ignoro na mesma intensidade que me importo, e mesmo assim nem tanto. Eu deveria parar. Parar de me repetir, de me entregar aos meus clichês e sonhos amorosos estúpidos. Parar quem sabe até mesmo de te escrever, afinal tudo que é para ti, nunca chegará nas tuas mãos… Mas sabe, tem um problema, eu não consigo. Cada vez que pego esta caneta é teu nome que me vem à mente. É teu sorriso, teus trejeitos, tuas imaturidades e desrespeitos contra minha alma romancista. São teus lábios macios e tua respiração ofegante. Teu lado ruim que eu tanto almejo poder consertar. Tuas piadas sem graça, e teus risos histéricos. Até mesmo tuas críticas, que mal sabes tu, me machucam tanto. Às vezes te olho, e continuo te olhando, e então me enxergas, porém isto não é suficiente para eu desviar meus olhos [..] Até que eu simplesmente sorrio, e me sinto ruborizar, abaixo os olhos como sempre costumo fazer ao te ver, e continuo a vagar, me perguntando o que passa na tua cabeça, o que achas de mim. E o que te leva a continuar ali, observando. Tu te importas de eu, tão cegamente apaixonada, botar estas palavras em tua boca, e estas emoções em teus olhos? É que eu as ouço, vejo, roubo, tento me convencer de que são reais, mas tenho medo de confirmar com a fonte. Tenho medo, pois sei que vais negar, dissimular e me achar louca. Sei que vais te aquietar, e botar tua velha armadura contra sentimentos, contra machucados. Pouco sabes que te machucar é me machucar. E sabe, posso até soar assim às vezes, mas não sou tão masoquista a este ponto. Já basta o quanto me ando me auto flagelando por tua casa. Cicatrizes marcam fundo, são irreversíveis, e costumam aparecer de leve na luz do Sol, porém estão sempre ali, você não as pode ver se olhar sem atenção, mas ainda pode senti-las, não consegue apagar o fato de saber que ainda estão dormentes ali, e isto machuca muito mais do que se tivessem arrecém feitas. Memórias machucam, pelo simples fato de serem passado, e não presente. Agora imagine a mim, que nem memórias nossas tenho a guardar? O vazio é sempre pior, e mesmo assim, continuas sugando, sem saber, o que resta de amor e vida em mim, e meu amor, é tão escasso… E meu amor, é tão exaustivo… Minha mente está doendo… Camila Reis

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